Nossa vida é um pretérito perfeito

A abelha que a gente prendeu na garrafa ontem, morreu.
O sexo que a gente sempre guardou sob o lençol, estragou.
O leite desnatado que cê deixou na minha geladeira, venceu.
O álbum de fotos da nossa primeira viagem, mofou.
O vinil que tocava a música da gente dançar, riscou.
O vinho que seu pai me trouxe do Chile, avinagrou.
A primeira carta de amor que escrevi pra você, amarelou.
O papel que hoje te escrevo estas palavras, molhou.

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